Texto 1:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.
(Bíblia, I Coríntios 13)
Texto 2 : Amor é fogo que arde sem se ver ...de Luís Vaz de Camões
Luis Vaz de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Texto 3:
Exercícios
1. Em poucas linhas, escreva o assunto do texto I.
2. Tendo em vista que o texto I foi tirado da Bíblia, qual é o seu público alvo?
3. Agora, em poucas linhas escreva o assunto do texto II.
4. Em sua opinião, qual é o objetivo comunicativo do texto II.
5. Considere as definições:
Antítese –
a) Dê um exemplo de antítese.O poema de Camões é composto por antíteses e paradoxos.
Antítese –
Ocorre quando há uma aproximação
de palavras
ou expressões de sentidos opostos.
Paradoxo - é uma afirmação ou opinião
que à primeira vista
parece ser contraditória,
mas na realidade expressa uma
verdade possível.
b) Dê um exemplo de paradoxo.
c) Que sentido essas figuras de linguagem trazem para o texto?
6. Qual o aspecto semelhante entre os dois textos?
7. Grifem na letra da música as partes que “dialogam” com o Texto I e as que “dialogam com o Texto II.
Intertextualidade
elemento constituinte e constitutivo do processo de escrita/leitura; compreende as diversas
maneiras pelas
maneiras pelas
quais a produção/recepção de um dado texto depende de conhecimentos de outros textos
por
parte dos
por
parte dos
interlocutores, ou seja, dos diversos tipos de relações que um texto mantém com outros
textos.
textos.
Gênero lírico
A principal característica do gênero em questão é a subjetividade. Por meio da poesia, o autor revela suas impressões ligadas ao mais profundo “eu”, extravasando emoções e sentimentos pela expressão verbal rítmica e melodiosa.
Cultuado desde os tempos da Antiguidade, era representado pelo canto, forma pela qual as composições poéticas eram apresentadas, acompanhadas do som de uma lira – um instrumento musical de cordas mais popular daquela época. A musicalidade era concebida como fonte inspiradora e criativa de todo o sentimentalismo em ascendência.
Cultuado desde os tempos da Antiguidade, era representado pelo canto, forma pela qual as composições poéticas eram apresentadas, acompanhadas do som de uma lira – um instrumento musical de cordas mais popular daquela época. A musicalidade era concebida como fonte inspiradora e criativa de todo o sentimentalismo em ascendência.
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