Tenha uma boa leitura Uma viagem com os livros : Literatura de Cordel - folclore brasileiro

7/20/2013

Literatura de Cordel - folclore brasileiro

             




A literatura de cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades. Essa denominação foi dada pelos intelectuais e é como aparece em alguns dicionários. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.
A tradição dessas publicações populares, geralmente em versos, vem da Europa. No século XVIII, já era comum entre os portugueses a expressão literatura de cego, por causa da lei promulgada por Dom João V, em 1789, permitindo à Irmandade dos Homens Cegos de Lisboa negociar com esse tipo de publicação.
Esse tipo de literatura não existe apenas no Brasil, mas, também, na Sicilia (Itália), na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego de cordel pliegos sueltos (folhas soltas). Em todos esses locais há literatura popular em versos.
Segundo Luís da Câmara Cascudo, no livro Vaqueiros e cantadores (Porto Alegre: Globo, 1939. p.16) os folhetos foram introduzidos no Brasil pelo cantador Silvino Pirauá de Lima e depois pela dupla Leandro Gomes de Barros e Francisco das Chagas Batista. No início da publicação da literatura de cordel no País, muitos autores de folhetos eram também cantadores, que improvisavam versos, viajando pelas fazendas, vilarejos e cidades pequenas do sertão. Com a criação de imprensas particulares em casas e barracas de poetas, mudou o sistema de divulgação. O autor do folheto podia ficar num mesmo lugar a maior parte do tempo, porque suas obras eram vendidas por folheteiros ou revendedores empregados por ele.O poeta popular é o representante do povo, o repórter dos acontecimentos da vida no Nordeste do Brasil. Não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto. Pode narrar os feitos de Lampião, as "prezepadas" de heróis como João Griloou Cancão de Fogo, uma história de amor, acontecimentos importantes de interesse público.
                               
José Francisco Borges, J.Borges, como é conhecido mundialmente, é um dos mestres da literatura de cordel, um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina e o xilogravurista brasileiro mais reconhecido do mundo.

J. Borges ilustrou capas de cordéis, livros, discos, e já expôs na Venezuela, Alemanha, Suíça, México e Estados Unidos, onde foi tema de uma reportagem no The New York Times, que o apontou como um gênio da arte popular.


Segundo Ariano Suassuna, um estudioso do assunto, a literatura popular em versos do Nordeste brasileiro pode ser classificada nos seguintes ciclos: o heróico, o maravilhoso, o religioso ou moral, o satírico e o histórico.

Atualmente, a literatura de cordel não tem um bom mercado no Brasil, como acontecia na década de 50, quando foram impressos e vendidos dois milhões de folhetos sobre a morte de Getúlio Vargas, num total de 60 títulos.
Hoje, os folhetos podem ser encontrados em alguns mercados públicos, como o Mercado de São José, no Recife, em feiras, como a de Caruaru, e em sebos (venda de livros usados). Há uma coleção de folhetos de cordel disponível para consulta, no acervo da Biblioteca Central Blanche Knopf da Fundação Joaquim Nabuco.
   # clicar nas palavras verdes para pesquisa
Recife, 18 de julho de 2003.
(Atualizado em 28 de novembro de 2009).
Ilustrações de Rosinha.
     

FONTES CONSULTADAS:


CURRAN, Mark J. A página editorial do poeta popular. Revista Brasileira de Folclore, Rio de Janeiro, a. 12, n.32, p.5-16, jan./abr. 1972.
VILA NOVA, Sebastião. Literatura de cordel. Recife: IJNPS. Instituto de Pesquisas Sociais, 1976. (Folclore 19).


                                         
                           

Literatura - Cordel - Atividades


1)      Leia os títulos de literatura de cordel e agrupe-os de acordo com os temas a seguir.
Temas
a)     Aventuras, proezas e causos maravilhosos

b)    Crítica social

c)     Pessoas famosas

d)    Universo sertanejo

e)     Acontecimentos e notícias



  
Agora, leia o poema em voz alta, prestando atenção em seu ritmo.

Lampião & Lancelote (Fernando Vilela)

Agora eu lhes apresento
Um grande cangaceiro
Nascido em nosso país
Leal e bom companheiro
Para uns foi criminoso
Para outros justiceiro

Criado nas terras secas
Vaqueiro trabalhador
Cuidava de um ralo gado
Com coragem e com valor
Seu nome era Virgulino
Mas um dia veio a dor

Ao ver seu pai baleado
Ele partiu pra vingança
À frente dos cangaceiros
Se pôs logo em liderança

Bando de cabras armados
Ao inimigo com ganância!

Cajarana Jurity
Caixa de Foço Corisco
Quinta-Feira Ponto Fino
Homens sem temor de risco
Volta-Seca Mergulhão
Luiz Pedro o mais arisco

Para um homem uma mulher
Português e sua Cristina
Dadá Maria Pancada
Inácia Maria Jovina
Lampião com sua Maria
Bonita fiel divina

Com este bando temido
Atirava igual canhão
Com seu rifle poderoso
Tornava a noite um clarão
Por isso todo orgulhoso
Se chamou de Lampião

Montado no seu jumento
Cruzava todo o sertão
Leitor agora eu lhe falo
Preste muita atenção
Este homem foi guerreiro
Que inventou rebelião

Invoco este personagem
De nosso seco Nordeste
Desça logo neste livro
Venha cá Cabra da Peste
Mostre o que tem de melhor
Vem chegando e desembeste

2)  Da primeira estrofe, retire versos que revelem:
a) a opinião que o eu lírico tem de Lampião. 
b) a opinião que outros têm do mesmo personagem. 

3)      Retire do poema versos que contam sobre quem era Virgulino antes de se tornar Lampião.


4)      O que motivou Virgulino a entrar para um bando de cangaceiros? Justifique sua resposta com versos do poema.

5) Quais estrofes revelam:
a) os integrantes do bando de Lampião? 
b) a entrada de mulheres no bando? 
6) Na última estrofe, quem o eu lírico invoca? 
7) As rimas acontecem entre quais versos? 
8) Que características do cordel você observa no texto lido?

9) Nesse cordel, notamos que também há uma invocação, uma chamada ao leitor, estratégia comum desse gênero. Transcreva o(s) verso(s) em que isso acontece.

10) Quais eram os integrantes do bando de Lampião? Como eles são referidos no poema?

11) Quem foi a amada de Lampião? Ela é mencionada no poema? Se sim, em que verso(s)?


 # foco: 9 ano E.F e/ou 1 ano E.M

- após expor o que vem a ser o'Cordel', 'sugerir uma pesquisa sobre os principais autores deste 'gênero' brasileiro, confrontar com o folclore brasileiro.
-elaborar: um mural sobre a 'Literatura de Cordel' como avaliação; e/ou apresentação teatral sobre uma obra de *Ariano Suassuna.


# Mural elaborado pelos alunos das oitavas séries: B,D e F - 2013










     # Alunos: Caroline, Gabriely,Rafael, Felipe e Felix; parabéns pelo desempenho de vocês, o mural ficou lindíssimo!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário